domingo, 28 de agosto de 2011

Os inimigos

É como se as vontades deles fossem ainda maiores que as minhas.
Como se a perversidade deles superasse a agressividade das minhas paixões.
Seus desejos, tão mais desequilibrados que meus medos.
E, então, a morte.
Morre-me meu sonho.
É como se, portanto, postulassem minha existência e modulassem o mal que me podem causar.
Eles sabem!

Violaram as condições do meu coração.
E me deixaram sozinha engolindo minha própria desconfiança.
E, então, a morte.
Morre-me minha libido.

A boca deles não mais fala do que seus corações estão cheios.
Seus anseios não mais privilegiariam meus receios.
E como se eu fosse somente carne e osso,
Interromperam minha (re)identidade e  reascenderam  minha brasa,
Agora queimo,
Eles sabem!

Diante dos meus olhos, usaram-me.
E , então, como se chegasse minha morte,
Porque morreu-me minha coragem,
Sozinha fico agora,
Escrevendo aos meus inimigos.

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